Nunca foi tão difícil perder peso: a pandemia chamada obesidade e os benefícios de controlar essa doença crônica!
- Graziela Bastos
- 23 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Nas últimas décadas, o estilo de vida das pessoas tem contribuído, cada vez mais, para o ganho de peso. Estamos nos alimentando mal, consumindo “fast-food” e alimentos ricos em gorduras e carboidratos simples. Além disso, reduzimos o tempo ativo, estamos mais presos às telas do que nunca e nos movimentamos cada vez menos: carros, elevadores, controles remotos… tudo isso contribui. Atividade física é classificada, por muitas pessoas, como algo supérfluo, ou seja, elas vão se tiverem tempo, se não estiverem fazendo nada. Não há um compromisso estabelecido com a saúde.
O resultado desse estilo de vida são números cada vez maiores de pessoas com obesidade, diabetes, hipertensão, alteração no colesterol e outras doenças crônicas. Isso reflete em menor qualidade de vida, necessidade de uso de medicações e redução da expectativa de vida. Colocando em anos, a obesidade moderada (IMC entre 30 e 39,9 kg/m2) reduz essa expectativa entre 2 e 4 anos. Já nos casos de obesidade severa (IMC acima de 40 kg/m2), a diminuição foi entre 8 e 10 anos.
O tecido adiposo (gorduroso) não é um tecido inerte: ele secreta citocinas inflamatórias que prejudicam a sinalização da via anorexigênica hipotalâmica (no nosso cérebro), comprometendo a saciedade. Trata-se de um “estado inflamatório hipotalâmico”. Além disso, a cada quilo de peso que a pessoa consegue perder, seu metabolismo reduz em 30 calorias, enquanto a fome aumenta em 100 calorias.
Portanto, perder peso não é uma tarefa fácil, até porque não envolve somente força de vontade, já que a obesidade tem uma fisiopatologia bastante complexa. Entretanto, atualmente dispomos de medicamentos seguros e potentes que, quando usados de forma responsável e acompanhados por um profissional competente, podem ajudar consideravelmente nesse processo (quando associados à mudança do estilo de vida).
Uma perda de 5 a 10 % do peso corporal em pessoas com sobrepeso e obesidade já pode melhorar condições como esteatose hepática (a tão famosa “gordura no fígado”), osteoartrite, incontinência urinária, alterações do colesterol, hipertensão, diabetes e pré-diabetes, síndrome dos ovários policísticos, apneia obstrutiva do sono, doença do refluxo gastroesofágico e infertilidade.
Obesidade é uma doença crônica que “atrai” outras doenças. Precisa ser tratada com respeito e empatia.

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